AVES COMO SENTINELAS DA CONTAMINAÇÃO MERCURIAL:EVIDÊNCIAS ATUAIS.
Aves aquáticas; Bioindicadores; Contaminação Ambiental; Metais pesados
O mercúrio é considerado um problema global e está entre as três principais substâncias que representam um perigo para a saúde ambiental. De origem natural e antropogênica, possui várias formas físicas e químicas que facilitam sua distribuição, enriquecimento biológico e toxicidade, tendo a capacidade de permanecer por vários anos em solo e água contaminados. Nos ambientes aquáticos o mercúrio sofre metilação, adquirindo sua forma orgânica, o metilmercúrio, com potencial capacidade de ligação às proteínas de membranas biológicas dos organismos aquáticos. Tem o potencial de se bioacumular e biomagnificar na cadeia trófica, chegando até as aves aquáticas, predadores de topo desta cadeia alimentar. Pesquisas em todo o mundo utilizando esta guilda de aves vem estudando a dinâmica e os efeitos deste metal na saúde ambiental. Estudos indicam que a concentração de mercúrio pode ser aumentada em áreas onde existem flutuações do nível da água e habitats vegetados que experimentam ciclos úmidos e secos durante o ano, assim, áreas como a Bacia do alto Paraguai e Bacia Amazônica, que apresentam estas características, estão predispostas a serem hotspots de exposição ao mercúrio. Com o objetivo de compreender a dinâmica do mercúrio total, este trabalho avaliou pela primeira vez o padrão de bioacumulação de mercúrio total e metilmercúrio em penas primárias e secundárias da asa das espécies Megaceryle torquata e Chloroceryle amazona, na Bacia do Alto Paraguai e Bacia Amazônica. Considerando que a contaminação ambiental pode estar associada ao declínio de aves, foi compilado também um estudo de revisão, na qual utilizassem especificamente aves como bioindicadores de contaminação ambiental.