Banca de QUALIFICAÇÃO: VALTER SOUZA DA SILVA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : VALTER SOUZA DA SILVA
DATA : 07/11/2025
HORA: 14:00
LOCAL: defesa remota
TÍTULO:

FUNK: INTERDITOS NA MÚSICA?


PALAVRAS-CHAVES:

Funk.; Proibidão; Interdito; Erotização; Análise de Discurso


PÁGINAS: 194
RESUMO:

A tese em tela vincula-se à área de concentração Estudos dos Processos Linguístico, linha de pesquisa Estudos dos Processos Discursivos do Programa de pós-Graduação em Linguística (PPGL) da Universidade Estadual de Mato Grosso (UNEMAT) Campus Cáceres MT. O tema é o discurso do funk. Delimitado como objeto o discurso do funk proibidão. Emerge do interesse em compreender o funcionamento dessa discursividade em diferentes condições de produção e circulação, periferia/favela versus locais extra favela. Por ser um discurso polêmico, constitui-se na tensão social do permitido e do proibido, sofre o exercício de interdição em certos contextos. O aporte teórico da Análise do Discurso Franco-Brasileira subsidia o método analítico a partir dos escritos de Michel Pêcheux e Eni Puccinelli Orlandi; A memória histórica do funk se pauta nos estudos de Micael Hershmann, Hermano Paes Vianna, Mylena Mizrahi, Adriana Carvalho Lopes, Juliana da Silva Bragança e Adriana Facina; Corpo erótico parte das elaborações de Christophe Dejours. Pretende-se Analisar o Discurso do Funk proibidão com objetivo especifico de apreender a dinâmica dos processos discursivos que, por ventura, relacionem o discurso do funk proibidão ao discurso de pedofilia; descrever os exercícios de interdição a partir de elementos do discurso do funk proibidão para circulação em espaço social amplo. Bem como, apontar aquilo que viabiliza a circulação de sentidos em espaço de circulação restrito. O corpus, extraído de corpora contendo 124 canções de 13 funkeiros famosos entre 2010 e 2020: Danny Bond; Daize Tigrona; Dj R7; Mc Carol; Mc Daleste; Mc joão; Mc Katia; Mc Livinho; Mc Orelha; Mc Pedrinho; Mc Xuxu; Mr. Catra; Valesca Popozuda, constitui-se de recortes enunciativos alocados na região semântica do erótico no interior da Formação Discursiva do Funk. A análise dos recortes nos conduz a compreensão do funcionamento proibidão no interior na favela como desvinculado parcialmente dos pudores morais que cerceiam a materialização na língua se sentidos evitados pela classe hegemônica, que dispõe dos aparelhos ideológicos de estado, ou dispositivos legisladores para censurar determinados dizeres.  Conclui-se provisoriamente que o exercício de interditar o funk proibidão estabelece uma relação mais profunda com o processo discursivos de criminalizar o preto pobre favelado. A interdição extra favela não ocorreria caso fosse o funk encampado pela classe dominante de pele alva. A associação do funk ao crime de apologia à pedofilia não tem aderência no fato de que o movimento cultural funk denuncia a realidade do locus social desassistido pelas políticas de segurança pública. Mas que o culpabiliza por expor um fato do mundo que não ocorre unicamente na favela.  

 


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 73774008 - PAULO CESAR TAFARELLO
Interna - 592.690.301-72 - ROSIMAR REGINA RODRIGUES DE OLIVEIRA - UNIFESSPA
Externo à Instituição - 842.897.837-91 - MARLON LEAL RODRIGUES - UEMS
Externo à Instituição - WEDENCLEY ALVES SANTANA - UFJF
Notícia cadastrada em: 21/10/2025 15:28
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