OS MODOS DE FUNCIONAMENTO DOS VERBOS 'TOMAR', 'PASSAR', 'PEGAR' E 'QUEBRAR' EM ENUNCIADOS DE LÍNGUA PORTUGUESA: UM ESTUDO SEMÂNTICO- ENUNCIATIVO SOB O VIÉS DA TOPE
Tomar, Passar, Pegar e Quebrar; Linguagem; Línguas Naturais; Enunciação; Tope.
A tese, intitulada “Os modos de funcionamento dos verbos 'tomar', 'passar', 'pegar' e 'quebrar' em enunciados de Língua Portuguesa: um estudo semântico- enunciativo sob o viés da Tope, inscrita na linha de pesquisa Estudos de Processos de Significação do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Linguística da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), apresenta como objetivo formalizar as operações (linguísticas) que fundamentam o funcionamento dos verbos ‘tomar’, ‘passar’, ‘pegar’ e ‘quebrar’ em enunciados da língua portuguesa com a finalidade de apreender os processos enunciativos que levam à construção dos significados para estes verbos. Para tanto, inserimos os verbos supracitados dentro de um estudo enunciativo para observarmos as estabilizações de significados geradas a cada retomada enunciativa. Nesse sentido, apropriamo-nos da atividade de manipulação e reformulação dos enunciados por meio de elaboração e reelaboração de glosas e paráfrases (FRANCKEL, 2011; FUCHS, 1985) para apreendermos o funcionamento destes verbos dentro do processo predicativo, que leva à construção dos significados. Tomamos como fundamentação teórica para o nosso estudo o programa de pesquisa linguística desenvolvido por Antoine Culioli, a Teoria das Operações Predicativas e Enunciativas (CULIOLI, 1990, 1999a, 1999b). Com esta pesquisa, defendemos a tese de que o processo de categorização dos verbos ‘tomar’, ‘passar’, ‘pegar’ e ‘quebrar’ apresentado pela NGB não é suficiente para contemplar o funcionamento destes verbos, logo, neste estudo, mostramos que a transitividade, por exemplo, não se sustenta quando os verbos são postos em diferentes contextos de funcionamento, ou seja, as categorias não se sustentam quando os verbos ‘tomar’, ‘passar’, ‘pegar’ e ‘quebrar’ são observados do ponto de vista operatório da linguagem, pois a transitividade é um fenômeno construído na enunciação. Disso, podemos avaliar que os estudos categoriais não contribuem para a determinação dos significados para os verbos citados, uma vez que não consideram as experiências e vivências dos sujeitos. Diante disso, optamos por trilhar um caminho teórico que se afasta da ideia de categorização, isto é, buscamos observar o funcionamento destes verbos em contextos diversos tomando como metodologia a articulação da linguagem com as línguas naturais e analisamos as ocorrências deles por meio do processo de reformulação e glosagem para comprovarmos a tese de que as unidades linguísticas sofrem variações, dadas às experiências dos sujeitos enunciadores com o mundo e com a linguagem, portanto, os significados não podem ser dados de antemão, eles são construídos na e pela enunciação.