IDENTIFICAÇÃO, REGISTRO E ANÁLISE DE SINAIS DOS SURDOS CINTA LARGA EM RONDÔNIA: PRINCÍPIOS PARA O RECONHECIMENTO LINGUÍSTICO.
Palavras-chave: Língua de Sinais Indígena. Estudo etnográfico. Surdos Cinta Larga.
A Língua Brasileira de Sinais (Libras) é uma língua de modalidade visual-espacial considerada a língua de sinais dos surdos brasileiros. Contudo, estudos de mapeamento, registros e descrição dos processos comunicativos de surdos de diversos grupos étnicos tem demonstrado que essa não é a única Língua de Sinais (LS) do Brasil. Neste seguimento, as pesquisas em áreas indígenas surgem explorando a forma de comunicação de surdos indígenas a fim de realizar o registro e aprofundamento linguístico. Aventada a hipótese de que os surdos indígenas da etnia Cinta Larga residentes no Parque Indígena (PI) Aripuanã no território de Vilhena- Rondônia e Juína - Mato Grosso utilizavam “gestos” no processo comunicativo, essa pesquisa objetivou identificar, registrar e analisar esses “gestos, que aqui os denominamos de Sinais Cinta Larga (SCL). A vista disso, objetivou-se, com base nos estudos linguísticos descritivos das LSs, com ênfase na Libras e nos registros sobre as Línguas Indígenas de Sinais (LIS) brasileiras, realizar uma análise descritiva embasando-se em aspectos da fonologia, morfologia e sintaxe, bem como análises lexicais exploratórias de algumas manifestações. Tal aprofundamento, objetiva principiar os estudos para a confirmação de uma possível língua natural dos surdos Cinta Larga. Para atingir os objetivos, utilizamos o método etnográfico, indo a campo em busca dos registros dos SCL e sentenças em contexto de uso para análise. Anotações no diário de campo, entrevistas, gravações em vídeos e fotografias foram utilizadas para o registro desses dados. Diante da conclusão da pesquisa de campo, porém sem a conclusão da análise, podemos afirmar até aqui, que os surdos Cinta Larga se comunicam por meio dos SCL e esses evidenciam uma possível língua de sinais. As conclusões serão expostas ao fim da análise dos dados registrados, no entanto, adiantamos que, almejamos que essa pesquisa contribua para uma melhor compreensão da comunicação dos surdos Cinta Larga e para o fomento dos estudos acerca das LIS no Estado de Rondônia.