UM ESTUDO SEMANTICO-ENUNCIATIVO DA FORMA LINGUÍSTICA “FIQUE EM CASA” EM CENAS ENUNCIATIVAS DA PANDEMIA
Acontecimento, Cena Enunciativa, Fique em Casa, O Brasil não pode parar, Movência de Sentidos.
Esta tese, vinculada ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Linguística da Universidade do Estado de Mato Grosso, na área de concentração de Estudos de Processos Linguísticos, inserida na linha de pesquisa “Estudo de Processos de Significação”, tem por objetivo analisar os sentidos produzidos nas cenas enunciativas de faixas e enunciados que remetem a pandemia da Covid19, que constituem a forma linguística “Fique em Casa”. Num primeiro momento, tomamos como unidade de análise os enunciados das faixas que foram implantadas na cidade de Cáceres-MT, por iniciativa da prefeitura do município e secretaria de saúde, durante o período pandêmico, e posteriormente, recortamos como acontecimento de linguagem, a cena enunciativa que remete ao Programa #OBrasilNaoPodeParar, lançado pelo governo federal, no mesmo espaço/tempo, em oposição as orientações de isolamento feito pelas Instituições de saúde. Realizamos este estudo pelo viés da Semântica Histórica da Enunciação ou Semântica do acontecimento, a partir dos estudos atualizados por Eduardo Guimarães (1995/2018) e Luís Francisco Dias (1995/2012), imprimindo um olhar atento ao processo de significação que permeia os enunciados e que funcionam de modo imperativo, solicitando isolamento ou não. Metodologicamente, selecionamos quatro fotografias das faixas implantadas em Cáceres, e que apresentam a forma linguística “Fique em casa”, em contrapartida, um recorte da campanha #OBrasilNãoPodeParar, e os comentários produzidos nas redes sociais a respeito desta campanha. Tais acontecimentos enunciativos, foram tomados como material de linguagem para investigação, na busca de depreender a movência de sentidos nas cenas enunciativas selecionadas, como estudo de processos de significação, pois acreditamos que o dizer, como produto de um ato de enunciação, traz sempre um acontecimento diferente e novo, que dá existência ao sujeito no funcionamento da linguagem.