A VARIAÇÃO LINGUÍSTICA DO FALAR CAMPONÊS: UM ESTUDO SOBRE O PRECONCEITO LINGUÍSTICO NA ESCOLA ESTADUAL SANTA ROSA, EM SÃO JOSÉ DOS QUATRO MARCOS-MT
Sociolinguística Educacional; Preconceito linguístico; Variação e mudança; Falar camponês.
O estudo desenvolvido teve como objetivo principal, compreender como se dá a relação de língua, fala e variação no espaço escolar. A pesquisa também pretende fazer uma análise sobre o preconceito linguístico, que ocorre por meio do processo de variação linguística do falar dos alunos do campo, em uma escola pública do Estado de Mato Grosso. Para tanto, esta investigação fundamenta-se nas obras de autores clássicos dos Estudos Sociolinguísticos, como William Labov, Luis-Jean Calvet, Stella Maris Bortoni-Ricardo, Magda Soares e Marcos Bagno, que procuram relacionar a língua com o ensino - a vertente conhecida como Sociolinguística Educacional. Entre os procedimentos metodológicos adotados para a coleta de dados constam entrevistas feitas com alunos de 2° e 3° anos do Ensino Médio da Escola Estadual Santa Rosa, localizada na zona rural do município de São José dos Quatro Marcos-MT. Ao mesmo tempo, a pesquisa valeu-se de duas colaboradoras, professoras de Língua Portuguesa, atuantes no contexto escolar referido e pertencentes a comunidade. A partir da discussão, bem como da coleta dos dados mediante entrevistas e contato direto com os colaboradores deste estudo, espera-se corroborar com a descrição das variantes da comunidade escolar, frente ao processo de ensino em detrimento à norma culta do português, como esse processo interfere na formação do mesmo. Dado exposto, observamos que a variação e mudança que acontece no falar camponês vem com o passar dos anos desaparecendo no âmbito escolar onde foi proposto o estudo, é de extrema importância um olhar cauteloso no que se refere a formação continuada docente, para que o e ensino da língua possa ser trabalhado efetivamente nas salas de aulas, valorizando assim o falar camponês, preservando identidade e cultura de um povo.