LEITURA LITERÁRIA A PARTIR DE NARRATIVAS DE TERROR
leitura; oralidade; escrita; narrativas de terror; formação do leitor literário.
A leitura literária apresenta-se, entre tantos benefícios, como uma proposta de fundamental importância para a formação e o desenvolvimento do sujeito leitor. O trabalho com base na literatura rompe as barreiras da desmotivação, desinteresse acerca da leitura/escrita, e propõe possibilidades de aprendizado da leitura através da arte, imaginação, encantamento, diálogo e a inserção do aluno na socialização de suas experiências. Com base neste fundamento, esta dissertação visa apresentar um trabalho de intervenção pedagógica, vinculado ao programa de Mestrado Profissional em Letras (PROFLETRAS) da UNEMAT, campus de Cáceres/MT, usando como recurso, para formação do leitor, narrativas de terror, por meio de contos orais e escritos, no intuito de propiciar o desenvolvimento/ampliação da autonomia e competência leitora dos alunos, a partir de seu interesse pelo tema do terror. Como atividades, foram feitos, pelos alunos atendidos, registros de narrativas de terror contadas por narradores da comunidade: pais, avós e vizinhos. Essas narrativas foram confrontadas com contos literários escritos, no intuito de trabalhar diferenças e semelhanças, chamando atenção para a construção das narrativas, para que o aluno desenvolva maior consciência do processo de leitura e de escrita. Além disso, foi importante refletir sobre o uso dessas práticas em família, com a disposição de valorizar a cultura e o conhecimento tradicionais, usando isso como ferramenta para estimular o interesse dos alunos pelo estudo e pela leitura. A proposta foi desenvolvida, consolidando o entrelaçamento entre oralidade, leitura e escrita como um espaço interativo, participativo e dialógico na família, na escola e na sociedade. Os resultados sinalizam que valorizar a opinião, a vivência e a bagagem cultural do aluno, são pontos de partida para motivá-los ao caminho da formação leitora. O contato promovido com familiares gerou engajamento e comprometimento unânime da turma, em todas as atividades propostas de produção de narrativas orais, de escrita e leitura. Durante este processo, vimos que no início de qualquer metodologia, o aluno necessita sentir-se sujeito e capaz. A partir de então, ele mesmo se desafia ao enfrentamento de suas dificuldades e limitações. Como referencial teórico, usamos Walter Benjamin (1994), Iolanda Reyes (2012), Aguiar e Bordini (1988), Gasparotto e Menegassi (2015), dentre outros.