LEITURA DO ESPAÇO PÚBLICO DE LAZER: A CONSTITUIÇÃO DA AUTORIA NA ESCOLA
Leitura. Escrita. Autoria. Espaços públicos de lazer. Práticas de linguagem.
Esta dissertação apresenta uma proposta de leitura e escrita a ser desenvolvida em uma turma do nono ano do Ensino Fundamental da Escola Estadual Nossa Senhora de Fátima, no município de Araputanga-MT, como parte dos trabalhos realizados no Programa de Pós-Graduação, Mestrado Profissional em Letras – PROFLETRAS, da Unidade UNEMAT/Cáceres/MT. Ancorada na perspectiva teórico-metodológico da Análise de Discurso pecheuxtiana, busca-se construir um arquivo de leitura sobre os espaços públicos de lazer da cidade de Araputanga, com o objetivo de oferecer condições aos alunos de assumirem gestos de autoria para a produção de um Atlas sobre esses espaços públicos de lazer. Nesse sentido, abordou-se as condições de produção do trabalho, apresentando, incialmente, um estudo sobre a cidade de Araputanga, discorrendo sobre o processo de sua fundação até os dias atuais. Posteriormente, mostrou-se o percurso teórico, que possibilitou deslocamentos e rupturas necessários para assumir a posição-professor que media o conhecimento, bem como para trabalhar a língua e a linguagem na sala de aula, desenvolvendo uma proposta discursiva com a leitura e escrita com vista à autoria. Nessa direção, o arquivo de leitura foi constituído de diferentes materialidades discursivas como textos historiográficos sobre a cidade, textos jurídicos sobre o lazer, mapas, vídeos, fotografias, enquetes, verbetes de dicionário, entrevistas, dentre outros. A partir dessas materialidades foi possível mostrar como se dá o trabalho de leitura e escrita sob o ponto de vista discursivo para conhecer a cidade. Assim, a proposta buscou trabalhar a língua/linguagem fazendo sentido na prática, ou seja, em suas situações reais de uso, compreendendo que os sujeitos são interpelados pela ideologia e pelas condições de produção. O sentido de lazer foi ampliando a cada leitura, pois existe um leque de possibilidades para significá-lo. Várias práticas de linguagem foram utilizadas, mobilizando a teoria adotada e abordando questões referentes à leitura, à interpretação e à autoria. Pode-se dizer que, com as práticas de leitura e escrita aqui propostas, os alunos venham a constituir uma memória discursiva sobre o lazer, de modo a assumirem-se autores na produção de um Atlas dos Espaços Públicos de Lazer de Araputanga. Desse modo, esta proposta oferece condições para possibilitar a constituição da autoria na escola e (re)significar o ensino-aprendizagem da língua/linguagem nas aulas de língua portuguesa.