ALFABETIZAÇÃO NA FAIXA DE FRONTEIRA BRASIL/BOLÍVIA: INTERCULTURALIDADE E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS BILÍNGUE
educação intercultural, alfabetização, fronteira Brasil-Bolívia, práticas pedagógicas, decolonialidade
A presente pesquisa, de abordagem qualitativa e caráter etnográfico, surge das minhas vivências e experiências como professora na Escola Municipal Marechal Rondon, situada no posto militar 1° Pelotão Especial de Fronteira (Corixa), na linha de fronteira Brasil-Bolívia, município de Cáceres/MT. A escola, então uma extensão do Núcleo Escolar Sapiquá, vinculado à Escola Nossa Senhora Aparecida, integra o sistema educacional municipal. O estudo tem como lócus as comunidades fronteiriças das Escolas Municipais Nossa Senhora Aparecida e Cristóbal Colón, buscando responder questões relacionadas às práticas pedagógicas adotadas nessas instituições. A pesquisa busca investigar se as práticas pedagógicas em escolas localizadas na faixa de fronteira entre Brasil e Bolívia atendem adequadamente às necessidades dos estudantes bilíngues em contextos interculturais; quais são os impactos das políticas educacionais e dos recursos disponíveis para promover uma alfabetização inclusiva, respeitosa das diversas identidades culturais e linguísticas; e como os professores percebem e integram as práticas culturais e linguísticas dos alunos em suas estratégias de alfabetização, além dos principais desafios enfrentados nesse processo. O percurso metodológico incluiu levantamento bibliográfico e documental, pesquisa de campo com observação participante e entrevistas, e a análise dos dados envolveu a técnica de triangulação. O estudo foi desenvolvido sob a perspectiva decolonial, com ênfase na análise crítica do discurso, e buscou refletir sobre as práticas pedagógicas no processo de alfabetização, visando uma compreensão mais profunda da educação na faixa de fronteira, desafiando as estruturas de poder estabelecidas e valorizando os saberes e práticas locais.