Educação Escolar Panará sob a perspectiva das práticas pedagógicas e culturais na Escola Municipal Indígena Pessuata no município de Guarantã do Norte-MT
Educação escolar indígena. Povo Panará. Práticas pedagógicas. Práticas culturais. Interculturalidade.
A pesquisa intitulada “Educação Escolar Panará sob a perspectiva das práticas pedagógicas e culturais na Escola Municipal Indígena Pessuata no município de Guarantã do Norte-MT”, desenvolvida através da Pós-Graduação em Educação da Universidade do Estado de Mato Grosso (PPGEdu/UNEMAT), tem como objetivo compreender dentro de todas as modalidades de ensino da educação básica (educação infantil, ensino fundamental I e II e a ainda no ensino médio), como e de que forma ocorre a interrelação entre as práticas pedagógicas e culturais relacionadas a esse público escolar indígena. Delineamos assim, um conjunto de questões que auxiliaram no desenvolvimento dessa pesquisa, como: investigar as características da educação escolar indígena; entender a formação dos profissionais da EEI lócus da pesquisa; compreender a relação entre as práticas pedagógicas e metodológicas pautadas no bilinguismo que buscam aproveitar os conhecimentos indígenas em sala de aula. Diante dos estudos realizados para compreender a Educação Escolar Panará e as legislações que contribuem para a interculturalidade das práticas pedagógicas e culturais na EMI Pessuata, para que os objetivos propostos fossem analisados, a pesquisa foi desenvolvida através de uma metodologia qualitativa, com procedimento de pesquisa bibliográfica e de campo, tendo como instrumento metodológico a observação de caráter etnográfico das aulas e a aplicação de entrevistas individualizadas e coletivas com os professores, coordenador pedagógico, e ainda com alguns anciões da comunidade. Para relacionarmos a discussão da pesquisa, abordamos autores tais como: Maturana e Varela, Mantoan, Funari e Piñón para (re)pensar a organização do espaço escolar com efetivo caráter intercultural para o estudante indígena. Buscamos refletir, a partir dos referenciais epistemológicos da educação intercultural e dialógica de Grupioni, Freire, Melià, Mandulão, Zoia e Nascimento, dentre outros autores, sobre as práticas educacionais que consideram a cultura indígena de forma entrelaçada com os movimentos da sociedade em que se encontram inseridos, buscando promover o encontro intercultural que respeite as diversidades e se utilize dessas diferenças para um ensino de fato intercultural e bilingue. Como resultados parciais, consideramos que os povos indígenas estão conscientes do papel e do poder que a educação exerce dentro e fora da comunidade, por isso defendem um ensino que, além de formar os educandos, também se preocupe com a formação política. Tornando-se indispensável a compreensão das relações entre educação e cultura, principalmente na sociedade multicultural em que se encontram. Já que não se apaga uma ou outra cultura, mas se tenta estabelecer um diálogo entre ambas.