ETNOCIÊNCIA NOS QUINTAIS DE BARRA DO BUGRES-MT. O Conhecimento das Plantas Medicinais
Etnociência; Quintais; Plantas Medicinais; Saberes Tradicionais; Educação.
Esta pesquisa investigou a etnociência nos quintais urbanos do município de Barra do Bugres-MT, com ênfase nos saberes tradicionais sobre o cultivo e uso de plantas medicinais. A metodologia adotada foi qualitativa, fundamentada na História Oral, apoiados nas concepções metodológicas de Garnica, permitindo captar as narrativas e experiências dos moradores sobre suas práticas de cultivo e os conhecimentos propagados entre gerações. As entrevistas foram realizadas com dez participantes, selecionadas intencionalmente, garantindo que possuíssem e utilizassem plantas medicinais em seus quintais, os dados foram produzidos por meio de entrevistas semiestruturadas, registradas em áudio, transcritas e textualizadas, permitindo a análise das narrativas. O estudo revelou que os quintais são espaços de produção de alimentos, terapêuticos e preservação de saberes ancestrais. Os relatos demonstram que, embora as práticas de cultivo e utilização das plantas medicinais sejam amplamente disseminadas entre as moradoras mais velhas, há um distanciamento das novas gerações em relação ao reconhecimento da importância desses saberes, demonstram pouco interesse na continuidade dessas práticas. Além disso, os depoimentos evidenciaram a importância dos quintais na vida cotidiana, não apenas pelo seu valor terapêutico, mas também como espaços de identidade cultural, ao longo das entrevistas, observou-se que as plantas medicinais ocupam um papel central na vida das famílias que contribuíram com a pesquisa, sendo utilizadas para tratar diversas enfermidades, desde problemas digestivos até infecções e dores musculares. A pesquisa contribui para a valorização dos conhecimentos tradicionais, reforçando a necessidade de inseri-los no contexto educacional como forma de preservação cultural e ampliação da compreensão sobre as ciências naturais. Dessa forma, destaca-se a relevância dos quintais não apenas como espaços físicos, mas como patrimônios culturais e científicos, que integram saberes populares à vida cotidiana e à formação acadêmica.