Aspectos etnobotânicos de Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs) cultivadas na comunidade Nossa Senhora do Guadalupe, Alta Floresta – MT
Etnobotânica, Plantas PANCs, Alimenticias
Os aspectos etnobotânicos das Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs) cultivadas na comunidade Nossa Senhora do Guadalupe, em Alta Floresta - MT foram analisados com o objetivo de documentar os saberes tradicionais associados a essas espécies vegetais, investigando seus usos alimentares, medicinais e cosméticos, bem como os desafios enfrentados para a preservação e disseminação desse conhecimento. Por meio de uma abordagem qualitativa, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com agricultores locais, observações diretas e inventários botânicos, o que permitiu identificar as principais espécies cultivadas, os métodos de preparo e consumo, além dos benefícios associados ao uso dessas plantas. Através desse trabalho é possível inferir que as PANCs desempenham um papel crucial na segurança alimentar, na promoção da saúde e na sustentabilidade ambiental. A transmissão do conhecimento ocorre predominantemente por vias familiares e comunitárias, destacando-se também a importância de capacitações formais para ampliar o acesso a esse saber tradicional. Contudo, barreiras culturais, econômicas e ambientais ainda limitam a adoção dessas plantas em larga escala. Aqui é revelado o potencial das PANCs para diversificar a dieta, fortalecer a economia local e preservar a biodiversidade, ressaltando seus usos terapêuticos e cosméticos amplamente reconhecidos pela comunidade. Conclui-se que as PANCs constituem um recurso estratégico para a promoção de sistemas alimentares mais sustentáveis e resilientes, contribuindo para a conservação da biodiversidade e para a valorização do conhecimento tradicional. A integração dessas plantas nos sistemas agrícolas e alimentares pode configurar uma estratégia eficaz para mitigar os desafios contemporâneos relacionados à saúde, sustentabilidade e desenvolvimento socioeconômico. O estudo reforça a necessidade de políticas públicas, iniciativas comunitárias e programas educativos que ampliem o acesso às PANCs, promovendo a segurança alimentar, a saúde e a autonomia das comunidades rurais.