USO, OCUPAÇÃO DA TERRA E OS IMPACTOS NA HIDRODINÂMICA DE CANAIS FLUVIAIS INTERMITENTES: ANÁLISE APLICADA NO CÓRREGO OLHOS D’ÁGUA, CÁCERES - MATO GROSSO
Bacias Hidrográficas Periurbanizadas. Ações diretas e indiretas. Desnaturalização. Canais fluviais intermitentes. Hidrossedimentologia.
Os canais fluviais, sobretudo em áreas periurbanas, são cada vez mais alterados. Nesse sentido, a presente pesquisa teve como objetivo analisar as mudanças de uso/ocupação da terra e o comportamento hidrodinâmico atual do canal fluvial da sub-bacia hidrográfica do córrego Olhos D’Água em Cáceres, Mato Grosso. O trabalho de campo, mensais, foi fundamental durante os períodos de chuva e de seca para quantificação das variáveis hidrodinâmicas (largura, profundidade e velocidade) para o cálculo de vazão, coletas de sedimentos (fundo e em suspensão) e de material marginal; monitoramento dos processos erosivos, aplicação de protocolo de avaliação rápida e tipologia de canais. Os resultados indicam que a sub-bacia hidrográfica do córrego Olhos D’Água passa por alterações que contribuíram com a sua degradação ambiental. Com a aplicação dos protocolos, pode-se verificar que a vegetação das margens foram retirada para a criação de animais e piscicultura, resíduos sólidos em todos os trechos analisados. A área passa pelo processo de transição do rural para o urbano com a urbanização. A primeira seção localiza-se próximo a nascente, onde o fluxo de água foi desviado para a manutenção de tanques de peixes. Retilinizaram da seção 2 até 3. A seção 5 é a mais conservada, pois é área protegida pela Secretaria Estadual do Meio Ambiental – SEMA. Nos dados coletados sobre o transporte de sedimentos de fundo, em todas as seções, predomina a composição arenosa. E os sedimentos em
suspensão as maiores concentrações foram nos meses de julho e abril dos anos de 2023 e 2024, respectivamente. Pode-se verificar ainda a erosão das margens, influenciada pela composição do solo, perfil da margem e os tipos de uso no entorno. A sub-bacia hidrográfica do córrego Olhos D’Água contribui com a dinâmica fluvial do rio Paraguai pela margem esquerda, e as mudanças constatadas compromete diretamente o equilíbrio do sistema fluvial. O poder público municipal, a comunidade, as universidades estaduais, federais e particulares precisam intervir com ações efetivas de recuperação e conservação dessa unidade de análise, que hoje encontra-se impactada pelas ações antrópicas.