POTENCIAL DE INOVAÇÃO DE PROJETOS DE PESQUISA EM UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA
Inovação, conhecimento, desenvolvimento econômico, propriedade intelectual.
A inovação é um fator crucial para o avanço do conhecimento e o desenvolvimento socioeconômico. As universidades, instituições seculares fundamentais para o desenvolvimento da humanidade, não apenas oferecem educação formal aos seus alunos, mas também produzem e disseminam conhecimento, por meio de estudos, projetos de pesquisa, laboratórios, grupos de pesquisa e programa de pós-graduação, os quais produzem inovações e uma das formas de proteger essas inovações é por meio da Propriedade Intelectual (PI). Nesse contexto, o presente projeto tem como objetivo identificar o potencial de inovação dos projetos de pesquisa das áreas de ciências agrárias e da saúde da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) campus de Sinop/MT, com o intuito de aumentar a proteção intelectual das pesquisas desenvolvidas na instituição. Esta pesquisa definiu critérios de avaliação de projetos, baseados na literatura, normativas institucionais e Manual de Oslo. Onde foi aplicada uma abordagem quantitativa, utilizando uma escala de 6 pontos para mensurar e avaliar os resumos dos projetos de pesquisa submetidos a plataforma Sistema de Gerenciamento de Projetos de Pesquisa (SGPP)/UFMT e aplicação Technology Readiness Levels (TRL) para identificar o nível de maturidade dos projetos analisados. A análise de 183 projetos da área de ciências agrárias e 105 da área de ciências da saúde da UFMT-Sinop (2019-2023) revelou que a maioria, 75% em agrárias e 71% em saúde, possui potencial de inovação de baixo a nulo. Nas ciências agrárias, a falta de fomento externo é crítica, com 84,7% dos projetos dependendo de recursos próprios, o que se reflete na baixa maturidade tecnológica, onde 54,6% das pesquisas estão no nível mais básico de desenvolvimento (TRL 1). De forma similar, a área da saúde demonstrou baixa originalidade científica, com 69,5% dos projetos sem potencial inovador, e em ambas as áreas a colaboração com empresas e o potencial de gerar propriedade intelectual são incipientes. Apesar do expressivo número de projetos de pesquisa, a maioria se concentra em estágios iniciais de desenvolvimento com baixo potencial de inovação efetiva. A forte dependência de recursos próprios e a limitada colaboração com o setor produtivo e governamental são barreiras críticas que limitam a transferência de tecnologia e o impacto socioeconômico das pesquisas.