LETRAMENTOS EM AMBIENTES DE VULNERABILIDADE: do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) às práticas no/do Cotidiano
Letramentos, Vulnerabilidade, Linguística Aplicada Crítica.
As linguagens são fenômenos sociais e culturais que se transformam, se adaptam e se
reconstroem, progressivamente, conforme cada povo de tempos em tempos, subrepresentados
em diversos grupos sociais. As linguagens têm ganhado notoriedade cada vez mais no mundo
contemporâneo. O estudo tem como objetivo compreender como as mobilizações dos
letramentos são promovidas, no contexto do Centro de Referência de Assistência Social
(CRAS), norte-matogrossense-amazônico e de que forma promovem o desenvolvimento da
consciência crítica das pessoas em situação de vulnerabilidade. Utilizou-se a metodologia
qualitativa para obter uma visão mais holística dos participantes de pesquisa sobretudo das
orientações de Bauer, Gaskell e Allum (2015), Mattos (2011), Moita Lopes (1994). A viagem
permitiu-se coletar vários dados por meio dos instrumentos como observação participante,
diário reflexivo, entrevista semiestruturada, registro documental e o grupo focal, pois tais
técnicas ajudam a validar a materialidade dos registros como reiteram os autores Ludke e
André (1986), Gil (2008), Gaskel (2015) e Gutierrez (1993), Fonseca (2002). No entanto, para
identificar e analisar os dados, as lentes teoricamente ancoradas no Letramento Critico sob a
perspectiva da Linguística Aplicada Critica (LAC) por autores como Freire (2015, 2017,
1989, 1979) Menezes de Souza (2011), Monte-Mór (2015, 2018), Jordão (2013), Kleiman
(1995, 2005), Tfouni, Monte-Serrat e Martha (2013), Luke e Frebody (1997 apud HOPPE,
2014), Sardinha (2018), Street (2014, 2015), Pennycook (2006), Rajagopalan (2003),
Signorini (2006) e dentre outros. Estes autores compreendem a linguagem como prática
social. A partir dos estudos propostos, portanto, compreendo que as práticas sociais de
linguagem, movidas pelos eventos de letramentos, portanto, são fenômenos inseparáveis, das
práticas de letramentos. Ou seja, coexistem. Em suma, constatou-se que os letramentos nos
lócus de pesquisa não fazem usos de leituras e de escritas alfabética em salvo momentos, mas
de diálogos, de roda de conversas, pintura em telas, artesanatos, danças, palestras, oficinas e
outras formas. Entretanto, o desenvolvimento da consciência crítica ocorre de forma rápida,
sutil e sensível, pois seus posicionamentos não são com palavras rústicas, cruéis, duras ou um
discurso longo. São frases curtas e rápidas em momentos descontraídos de formação cidadã,
de compaixão e de formação humanizadora.