LITERATURA FANTÁSTICA CONTEMPORÂNEA NA OBRA CONTOS ESTRANHOS DE EDUARDO MAHON
Literatura fantástica. Contos contemporâneos. Eduardo Mahon. Contos estranhos.
Este trabalho tem como corpus de pesquisa a obra Contos Estranhos (2017) que, pautado em estudos bibliográficos e analíticos, visa estudar a literatura fantástica contemporâneo presente nas narrativas do escritor mato-grossense Eduardo Mahon. A obra é composta por trinta e cinco contos curtos, numa edição bilíngue. A literatura fantástica contemporânea, depende da inserção do elemento insólito como fator indispensável para produzir o efeito fantástico nas narrativas. Para compor os contos, Eduardo Mahon se apropria do gênero fantástico e seu subgênero estranho inserindo casos insólitos num acontecimento banal, provocando estranhamento na personagem e no leitor por conta desse elemento que revela o absurdo que é a condição humana. Nossa proposta é analisar como o elemento insólito se instaura na vida cotidiana das personagens modificando a trama narrativa e dar destaque a um fenômeno recorrente nos contos que é a alteração nos corpos dos protagonistas e apresentar narrativas que dialogam com textos clássicos. Diferente da literatura fantástica tradicional teorizada por Todorov que causa medo e horror, na literatura fantástica contemporânea, o que promove hesitação não são mais os monstros, os espíritos ou os demônios, mas o absurdo que se instaura nas narrativas com a transgressão da realidade e os interditos, características que são próprias do mundo contemporâneo. Desse modo, a base teórica que sustenta e distingue o gênero fantástico contemporâneo deu-se por Todorov (1975), Calasans (1988), Roas (2014) e Pierini (2017), Sartre (2005) e Alazraki (2001). No que se refere ao contexto do pós-modernismo, Eagleton (1998) e Fernandes (2019). No que diz respeito à História da Literatura de Mato Grosso, destacamos as contribuições de Magalhães (2001) e Castrillon Mendes (2020). Sobre a teoria do conto contemporâneo, nos embasamos em Piglia (2004), Gotlib (2006), Cortazar (2008), Poe (2011), Bosi (2015) e Junior (2019) com os elementos de leitura da narrativa entre outros pesquisadores que contribuem para essas reflexões. A pesquisa busca contribuir para os estudos de crítica da literatura fantástica contemporânea produzida em Mato Grosso, bem como dar visibilidade a obra e ao escritor.