IMPACTOS AMBIENTAIS DE ORIGEM ANTRÓPICA EM ÁREAS DE NASCENTES DA SUB-BACIA HIDROGRÁFICA RIBEIRÃO DO CAETÉ-MT
Nascentes; Ocupação antrópica; Impactos ambientais.
O gradativo processo de degradação das áreas de nascentes de corpos d'água na região sudoeste do Estado de Mato Grosso tem provocado diversos impactos ambientais negativos, que comprometem a disponibilidade de recursos hídricos. Diante disso, a presente pesquisa objetivou avaliar os impactos ambientais decorrentes das ações antrópicas em áreas de nascentes da sub-bacia hidrográfica do córrego Ribeirão do Caeté. A metodologia utilizada incluiu: pesquisa bibliográfica, análise documental e trabalhos de campo, visando caracterizar os fatores naturais que condicionam a disponibilidade hídrica na sub-bacia; inventariar e avaliar os impactos ambientais de origem antrópica em áreas de nascentes selecionadas; e identificar a percepção socioambiental dos produtores rurais sobre o uso e manejo das áreas de nascentes. Os resultados indicam que as condições geoambientais da sub-bacia são complexas, especialmente quanto à estrutura tectônica e a variabilidade de tipos de rochas e de solos; isso faz com que a disponibilidade hídrica seja condicionada pelos tipos de materiais geológicos, pois os depósitos de cobertura e aluvionares, bem como os dolomitos da Formação Mirassol d’Oeste, criam condições favoráveis para a infiltração e armazenamento subterrâneo de água em aquíferos dos tipos Poroso e Cárstico, respectivamente. Do mesmo modo, os solos das classes Latossolos e Neossolos, ao favorecerem a infiltração, apresentam elevado potencial de recarga hídrica subterrânea. Entretanto, o desmatamento advindo da intensa ocupação antrópica das últimas décadas tem comprometido a infiltração e, portanto, a recarga dos aquíferos. Esse processo de desmatamento atingiu as áreas de nascentes, causando uma crescente degradação advinda dos impactos ambientais que essas áreas têm sofrido, uma realidade expressada no Índice de Impacto Ambiental em Nascentes, o qual indica que 76,7% das 30 áreas de nascentes selecionadas para o estudo se enquadram nas classes Ruim ou Péssima e as restantes na classe Razoável, não existindo nenhuma que se enquadre nas classes Ótima ou Boa. Além disso, os resultados do questionário aplicado aos proprietários dessas áreas de nascentes revelou que eles não possuem os conhecimentos necessários para fazer um manejo adequada das suas nascentes, o que indica a necessidade de implementar medidas que subsidiem a adequada gestão ambiental futura das áreas de nascentes da sub-bacia.